Com o aumento da população idosa ocorre o crescimento das doenças crônico-degenerativas, como a doença de Alzheimer (DA). A DA é caracterizada por um declínio progressivo nas áreas de cognição, função e comportamento e corresponde, atualmente, a forma mais comum de demência, sendo a grande causa de comprometimento cognitivo e comportamental no envelhecimento. Existem cerca de 35 milhões de casos no mundo, e sua prevalência vem aumentando de forma significativa - é uma das doenças que mais tem desafiado a medicina nos últimos anos. Com base na expectativa de vida que aumenta em países em desenvolvimento, estima-se que, no mundo, em 2050, 22% da população seja composta por idosos. No Brasil, conforme estimativas para 2020, a expectativa de vida ultrapassará os setenta e cinco anos, chegando a 15% da população. Nesse contexto, o Brasil será o sexto país no mundo com pessoas idosas, aumentando a possibilidade de doenças crônico-degenerativas. Embora a doença seja progressiva e incurável, muito já se avançou em beneficio e melhoria da qualidade de vida dos portadores e cuidadores.
A D.A. é uma doença neurológica, degenerativa, lenta e progressiva, deteriorando a memória breve, que costuma manifestar após os 50 anos. O paciente que por ela é atingido, apresenta uma crescente dificuldade em memorizar, decidir, agir e alimentar-se, até atingir o estado vegetativo. A fase avançada e terminal da D.A. são caracterizados como fase das perdas significativas, diminui-se vocabulário, apetite e peso, e aparecem descontroles urinários e fecais e dependência progressiva do cuidador.
Entende-se que a doença é tida como uma doença do envelhecer, fator e risco para o desenvolvimento. Mas não são raros os casos pré-senis em pessoas a partir de 30 anos. Apesar de não curar ou reverter à doença, determinados medicamentos auxiliam no bem-estar, minimizando problemas, como agitações, insônia e depressão.
À medida que a doença progride surge a demanda por cuidados especiais, função importante desempenhada pelos cuidadores. O cuidador é quem dá suporte físico e psicológico, fornecendo ajuda prática, se necessário. O cuidador é definido como o principal responsável por prover ou coordenar os recursos requeridos pelo paciente.
Há situações nas quais a família não tem condições de cuidar do paciente e recorre à ajuda de uma pessoa, profissional ou não, que será remunerada para exercer o papel. Nesse contexto entram em cena os cuidadores formais. O enfermeiro é o profissional mais requisitado nos 10 a 15 anos de progressão da doença, orientando a adaptação dos cuidados a progressiva dependência do idoso.
O esquecimento requer do enfermeiro habilidades e competências no cuidar em reabilitação cognitiva, sejam orientando o familiar de como potencializar a cognição do idoso em domicilio, ou em oficinas de memória, jogos, cuidados pessoais, da palavra, do jornal ou do corpo, o enfermeiro também desenvolve suas habilidades do cuidado com o corpo biológico, tanto diretamente como em orientações.
As funções de orientar e educar são as principais formas de desempenhar seu papel junto aos familiares. A orientação e o cuidar são atos de extrema importância, quando se trata de uma doença em que o paciente tem dificuldade em agir em seu próprio beneficio, tais ações voltam-se também para a família ou cuidadores. O conhecimento, habilidade de manejo, atitudes autenticas, empatia, paciência, tolerância, entre outras características, devem constituir o perfil do profissional que vai atuar nos ramos da gerontogeriatria. A capacidade de superar dificuldades e preconceitos, desenvolvendo habilidades especiais para lidar com o paciente portador Alzheimer e sua família se torna fundamental.
A experiência de cuidar é também percebida como uma doação que envolve não só um sentimento de dever profissional e humano, mas também como responsabilidade em fazer o melhor possível pelos idosos. Assim, a responsabilidade, o esforço, a doação fazem parte da vida desses cuidadores que mesmo com tantas dificuldades tem o conforto de saber que estão oferecendo uma velhice digna a esses idosos, com cuidados que vai além do tecnicismo, um cuidado que envolve atenção, bom humor, bom relacionamento, segurança e carinho. Quem cuida também precisa de acompanhamento, solidariedade de outros que também cuidam, que vivenciam a mesma problemática. Favorecendo para que eles elaborem mecanismos e estratégias que venham fortalecê-los para o seu enfrentamento a melhor adaptação a essa realidade.
Texto extraído de sites de artigos científicos.